“Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância”
John F. Kennedy
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TERMOS E FACTOS SOBRE AS AVES:
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AVE DO ANO 2013
ABETARDA
Otis tarda
Abetarda é o nome geral dado às aves classificadas na família Otididae, anteriormente incluída nos gruiformes, mas hoje em dia considerada uma ordem própria: Otidiformes.
A abetarda-comum (Otis tarda) é a ave mais pesada das aves europeias e uma das mais corpulentas aves voadoras do mundo, apenas suplantada pela abetarda gigante (Ardeotis kori). É também das mais difíceis de observar: é pouco comum e com uma distribuição muito localizada, é muito difícil de observar fora dos seus locais habituais de ocorrência; dificilmente tolera aproximações humanas a menos de 1 km.
A sua distribuição geográfica verifica-se numa vasta área norte africana, europeia e asiática, que se estende de forma descontínua do Norte de Marrocos e sul da Península Ibérica até à Mongólia e leste da China. A Península Ibérica possui a maior população europeia, com a população espanhola nidificante a atingir os cerca de 14.000 indivíduos e a portuguesa a rondar as 1500 aves, metade dos quais se encontra nas planícies de Castro Verde. Em Portugal a Abertarda ocorre desde o sudeste da Beira Baixa até ao norte do Algarve, sendo mais comum na região do Campo Branco (Castro Verde).
É uma das espécies mais emblemáticas do Alentejo.
Embora a espécie seja sobretudo residente é habitual haver alguma dispersão de indivíduos nos meses de Verão, havendo então observações esporádicas de abetardas noutras regiões.
Habita as estepes e planícies cobertas por vegetação herbácea. Esta e outras espécies de aves estepárias adaptaram-se depois às pseudo-estepes criadas há muito pela agricultura extensiva. Em Portugal frequenta sobretudo vastas planícies sem árvores onde se pratica uma cerealicultura tradicional, com searas pouco densas, intercaladas com pousios e pastagens, ainda que ocorra igualmente nas orlas de montados abertos de sobro e azinho e de olivais. Tal como o Sisão, frequenta parcelas de leguminosas (por exemplo, luzerna, gão-de-bico) para se alimentar.
A sua alimentação é omnívora à base de plantas (grãos, folhas, frutos e rebentos), insectos e outros pequenos animais.
Desde o início de Março até meados de Maio, com um pico em Abril, os machos da abetarda juntam-se em arenas de parada onde executam danças nupciais colectivas verdadeiramente espectaculares para atrair as fêmeas. No clímax da parada os machos tornam-se numa bola branca ondulante de penas reviradas, uma visão impressionante. Uma vez escolhido o macho, as fêmeas aproximam-se dos locais de parada para acasalar e afastam-se de seguida. A participação do macho na reprodução da espécie termina ali. As fêmeas incubam normalmente entre 2 e 4 ovos, que são depositados num ninho situado no chão entre a erva alta, frequentemente em searas ou pousios recentes. No Alentejo começam normalmente a avistar-se os primeiros jovens do ano (abetardotos) no início de Maio. Os recém-nascidos são nidífugos, isto é, saem do ninho e acompanham a mãe pouco depois do nascimento.
A Abetarda é uma espécie ameaçada a nível mundial, tendo sofrido um forte declínio desde o séc. XVIII devido sobretudo à modificação dos meios agrícolas extensivos em que ocorre, tanto por intensificação como por abandono agrícola, e à crescente pressão humana que conduziu a perdas ou fragmentação de habitat e caça excessiva. No séc. XIX foi extinta nos outros países europeus onde ocorria. Várias populações locais extinguiram-se neste período. Apesar de ter sofrido uma regressão importante em Portugal e Espanha, desde meados dos anos oitenta do séc. XX a população Ibérica de Abetardas ter-se-á mantido razoavelmente estável. Está, no entanto, largamente dependente da existência de áreas de agricultura cerealífera tradicional de sequeiro, leguminosas, restolhos e pousios, ameaçadas pelo regadio e florestação e de manutenção economicamente difícil.
É uma embaixadora de uma agricultura sustentável. Nesse sentido os proprietários agro-florestais e os decisores políticos necessitam de requalificar a biodiversidade rural como uma mais valia económica na valorização dos seus produtos e serviços agrícolas. Uma agricultura de usos múltiplos, baseada na qualidade do ambiente, é essencial para o desenvolvimento sustentável do país.
Em Portugal é considerada uma espécie vulnerável, sendo englobada, em termos europeus, na categoria SPEC 1 (SPEC corresponde a Species of European Conservation Concern - espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu), relativa a aves que possuem uma população globalmente ameaçada.
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PORTUGAL |
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ESPANHA |
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2010 |
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CEGONHA-PRETA Ciconia nigra |
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ABUTRE-NEGRO Aegypius monachus |
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2011 |
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CAGARRA Calonectris diomedea |
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MOCHO-GALEGO Athene noctua |
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2012 |
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ROLA-BRAVA Streptopelia turtur |
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ROLIEIRO Coracias garulus |
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2013 |
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ABETARDA Otis tarda |
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CAGARRA Calonectris diomedea |
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2014 |
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CEGONHA-BRANCA Ciconia ciconia |
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ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS Hirundo rustica |
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2015 |
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FURA-BARDOS Accipiter nisus granti |
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ROLA-BRAVA Streptopelia turtur |
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2016 |
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BRITANGO Neophron percnopterus |
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PARDAL Passer domesticus |