O ADULTÉRIO É COMUM EM AVES

 

segundo um livro recentemente publicado

 

Nem tudo é amor no mundo das aves, onde o divórcio, o abandono dos filhos e o adultério são comuns no quotidiano.

O livro “The Bird Detective” (A Detective das Aves), que saiu recentemente no Canadá, desmente a imagem romântica convencional de que as aves estabeleçam casais por toda a vida, ou pelo menos estáveis para uma época, mostrando que na verdade elas traem e privilegiam o seu próprio conforto e interesse.

A autora do livro, Bridget Stutchbury, professora de Biologia da Universidade York, em Toronto no Canadá, explica tudo sobre a vida e o comportamento das aves.

No que se refere aos dez maiores mitos sobre as aves, aquele que diz respeito aos vínculos conjugais permanentes, provou-se que ocorre apenas para algumas aves, decerto que a minoria das aves canoras que foram estudadas.

O livro baseia-se em 20 anos de pesquisas, utilizando técnicas como monitorização por rádio e exames de DNA, e mostra, por exemplo, machos da espécie Empidonax virescens (um papa-moscas) fecundando fêmeas longe dos seus ninhos de origem, e fêmeas de Vireo solitarius (outro passeriforme insectívoro) premeditando o divórcio, assim que descobrem novos parceiros, antes de abandonar a sua prole.

A professora explica como as fêmeas buscam outros parceiros. A principal descoberta é que muitas aves se divorciam por razões que os humanos descreveriam como egoístas e prosaicas, lembrando que as fêmeas podem ir atrás de machos apenas por estes serem mais coloridos ou cantarem melhor. Outras vezes podem "cair na tentação" e mudam-se para áreas onde haja mais segurança e melhor comida. As fêmeas estão procurando o macho de qualidade superior, para que a sua própria prole possa ser de melhor qualidade.

Depois de estudar dezenas de espécies canoras do Canadá, EUA e Panamá, ela afirma que o encurtamento do verão pode levar as fêmeas a abandonarem os ninhos antes que suas crias estejam totalmente emplumadas, pois assim elas podem rapidamente encontrar novos parceiros melhores e pôr mais ovos. Isso deixa os machos sozinhos na tarefa de alimentar os filhotes.

Os machos, por sua vez, podem triplicar ou quadruplicar o seu sucesso reprodutivo se fertilizarem as fêmeas vizinhas; mas só os "verdadeiros parceiros" cuidam dos filhotes, e muitos são enganados! Eles não sabem distinguir, quando chocam o ovo, se este é deles ou não, nem têm como saber.

O divórcio é surpreendentemente comum entre as aves, e a maioria vive com o mesmo parceiro apenas durante alguns meses ou, na melhor das hipóteses, anos. As taxas de separação variam de zero entre os albatrozes a 99% (!!!) entre certos flamingos.

O livro, editado pela “HarperCollins”, foi lançado em Janeiro no Canadá e no final de Maio nos EUA.

 

 

 

Coisas de AVES!